ENSINANDO O CAMINHO

Cena na televisão.

Tarde de domingo de 2006. Estádio do Pacaembu, Corinthians Paulista x Portuguesa. Na arquibancada, a avó, de 64 anos, e o neto, de 4 anos. Ambos, paramentados com as cores do Timão. Ele, no colo dela. Ela, sussurrando-lhe ao ouvido, ensina-o a ser corintiano.

             O argentino Tevez faz o primeiro gol. A avó vibra, exulta, e, com ela, o neto, seguindo seu exemplo.

A Portuguesa empata. A avó transmite ao neto o semblante triste. É muito novo para entender mudança tão repentina. Mas a avó, com paciência e otimismo, sussurra-lhe de novo palavras de ânimo e de elogio ao Timão.

A Portuguesa faz o segundo gol. Tristeza geral. Decepção da torcida. Diante do atordoado aprendiz de torcedor, a avó lhe fala das conquistas corintianas. Diz-lhe que “torcer pelo Corinthians é assim mesmo, tem destas coisas”, na tentativa de consolar seu coração infantil. E, lembra-lhe uma música, já ensaiada em casa, que o menino, cantarolando, repete um verso ao microfone da Globo: “Torcedor do Corinthians é um sofredor”. O jogo havia acabado.

            Chamou-me a atenção o zelo daquela avó. Como torcedora, acredita que o melhor para seu neto é ser torcedor corintiano. Ela crê. Se esforça. Certamente, na volta para casa e todos os dias, ela lhe falará do Timão. No próximo jogo, deverá levá-lo de novo. É persistente! Tem garra! Tem paixão!

            Como seria bom se os pais, especialmente os pais crentes, tivessem a mesma dedicação para educar seus filhos nos caminhos do Senhor.

Muitos não cultivam zelo pela Palavra, nem manifestam sentimento de prazer e alegria em estar na Sua casa. Qualquer coisa é motivo para afastar-se, não vir à igreja, passando à criança a ideia de que não é tão importante assim.

Isto faz a criança criar uma escala de valores invertida, onde Deus vai ocupar lugar secundário. Seu caráter, em formação, poderá ficar seriamente comprometido.

Sem exemplo, a criança terá dificuldades para dar prioridade a Deus em sua vida.

            A igreja é importante aliada dos pais, mas não os substitui. Lá, nos cultos gerais ou infantis, a igreja procura preencher as lacunas espirituais das nossas crianças. Mas, a responsabilidade primeira é dos pais.

No lar as crianças aprendem a valorizar a Palavra de Deus, a ter amor por sua igreja, dedicação e compromisso. Se Jesus, com apenas 12 anos, demonstrou conhecimento e sabedoria que encantaram os doutores, com certeza é porque antes aprendera com seus pais, no lar.

Por tudo isso, queridos pais, a sua participação direta neste processo de formação de seus filhos é mais importante e eficaz.

Siga o exemplo daquela avó, quanto ao zelo, à garra, à persistência e à paixão, semeando no coração de seu filho a semente do Evangelho e do amor a Cristo. Adubando-a e regando-a constantemente para que, com a direção do Espírito Santo, cresça.

Faça de 2017 um ano que faça diferença na sua família.

Dc. Delane Souza